Ele criou a locução do Rodeio

Uma simples narrativa do que compreendemos por Rodeio em Regente Feijó, Jorge dos Santos, nascido em Santa Cruz do Rio Pardo, em 12 de junho de 1934, veio com sua família para nosso município em 1945, aos 11 anos de idade, fazenda Santa Izabel, trabalhar na lida de gado para o Sr. Mauro Berni Pressa, filho de Felipe Berni, proprietário da fazenda Santa Izabel.

Em 1957. Montou a primeira companhia de rodeio chamada São Jorge, em seguida Cia de Rodeio Texano Brasileiro. No ano de 1973 adquiriu propriedade em Ourinhos onde deu continuidade ao seu crescente trabalho no rodeio brasileiro.

Em 1976, vendeu sua propriedade em Ourinhos e comprou uma maior em Aparecida do Taboado do (M.S.), onde reside ate hoje, na estância rodeio.

Diretor proprietário, juntamente com seu filho Jurandir dos Santos da grande Cia. De Rodeio Marca Estrela.

Jorge dos Santos foi vereador, em Regente Feijó de 66 a 69.

No inicio dos anos 70 Jorge dos Santos em sua Cia. de Rodeios desempenhava varias funções, e estando sobrecarregado, convidou pelas qualidades radiofônicas, Zé do Prato, para ser locutor de rodeios, função que Jorge também desempenhava.

Jose Antonio de Souza, Zé do Prato, nasceu em Regente Feijó, no dia 29/04/48, filho de Jose Estevão de Souza e Sra. Miquelina Borjano de Souza. Foi coroinha na Igreja Matriz de Regente Feijó, trabalhou na lavoura quando pequeno, propriedade de Zezé Guimarães, e na Auto Elétrica de Regente Feijó de Ivo Peretti.

Estudou no grupo escolar prof. Jose Domiciano Nogueira, participou da fanfarra do referido estabelecimento de ensino, comandada pelo prof. René, onde tocava prato, por isso o apelido de Zé do Prato. Estudou também no colégio das madres e depois no ginásio prof. Ivo Liboni. Em seguida ingressou na radio difusora de Regente Feijó AM 1580 Khs, onde desempenhava a função de sonoplasta. Mesmo na sonoplastia ensaiava um palavreado como locutor sertanejo, brincando sempre como se estivesse fazendo um programa. O proprietário da emissora Sr. Ari Ferreira da Costa sempre observou as suas tendências para o microfone; ate que surgiu a oportunidade de fazer um programa, e Zé do Prato, agarrou a chance euforicamente, apresentando o programa sertanejo da emissora, que se denominava “Ranchinho da Amizade”. Com muito sucesso Zé do Prato, querido pela população foi eleito vereador em Regente Feijó para o mandato de 73/77, quando já integrava a Cia. Rodeios Marca Estrela, animando as maiores festas do Brasil, que hoje são as festa de Americana, Colorado, Indaiatuba, Aparecida do Tabuado.

Marca Estrela e Zé do Prato cresceram juntos alcançado o degrau maior do Rodeio do Brasil, sendo a maior Cia de Rodeios e o maior locutor de Rodeios, imanados com os melhores profissionais existentes na época como: Chiquinho Som de Piracicaba, Estrela Som, Tadeu e Branco com o sonoplasta Valdecir; Equipe Verde Amarelo do Valtinho Pereira de Sta. Rita D’Oeste.

Zé do Prato nunca deixou que o sucesso lhe subisse a cabeça, sempre manteve a humildade, respeito pelos companheiros. Nunca se esqueceu da sua terra natal quando mudou-se para Piracicaba, veio a Regente Feijó, sem receber um tostão sequer, fazer festas para as entidades beneficentes.

Gravou participações em varias musicas de rodeio das mais famosas duplas sertanejas, como: Chitãozinho e Xororó, César e Paulinho, Nalva Aguiar e outros. Participou do filme “Estrada da Vida” de Milionário e Jose Rico, de vários programas de televisão, radio. Foi contratado na época pela TV Cultura para programas de Rodeio.

Zé do Prato casou-se com Áurea Bonfiglio de Piracicaba, que passou a administrar os contratos do locutor. Fez vários investimentos na área imobiliária e rural.

A revista Veja, fazendo uma comparação dos melhores salários, registrou o cachê de Zé do Prato maior que o Gugu Liberato.

É importante registrar que de dezembro a janeiro de cada ano, Zé do Prato fechava todos os contratos de festa do ano inteiro, ninguém conseguia uma data vaga no decorrer do período.

Registramos ainda q em 28/08/1991 tanto Jorge dos Santos quanto Zé do Prato receberam títulos de cidadania em Regente Feijó.

A parte pior dessa historia chegou, Zé do Prato, com uma agenda super concorrida esqueceu-se de sua saúde, não tinha tempo para nada.

Em dezembro 1991, agravou-se uma pancreatite que o locutor possuía e, ele que acabara de se mudar para uma mansão em piracicaba, não percebeu do destino o aguardava.

No dia 27/12/1991, foi internado no hospital sírio libanês, em São Paulo, uns do maiores da america latina; diagnosticou-se a necessidade de uma operação no pâncreas. Operação cirúrgica bem sucedida, Zé do Prato já restabelecia, andando, conversando com os amigos e querendo ir para casas começar a trabalhar os rodeios d e 1992.

Veio o pior e inesperado, uma infecção generalizada o derrubou. Zé foi levado a UTI, e infelizmente faleceu em 27/01/1992.

Daí o porquê o rodeio Zé do Prato. Quem tem a esperança de Jorge dos Santos para manter sempre viva e acesa a s chamas das origens do rodeio do Brasil. Humildade e simples.